Desaparecidos em Cinasville: Parte II

Eu não conseguia ver os Trolls só senti os golpes e mordidas; Escutei tiros, gritos e, quando estava quase apagando, alguém me puxou para fora da ponte e me deitou em uma trilha no meio do mato:

– Fique quieto aqui!

Percebo que era um dos empregados, os outros também já estavam ali escondidos, assustados e machucados. Ainda um pouco desnorteado por causa dos golpes, dou sinal para o psiquiatra pegar o mapa e olhar aonde levava essa trilha para podermos fugir por ela:

– A trilha é segura! – disse o psiquiatra bem baixinho – No final dela existe uma cerca elétrica, se conseguirmos desativar ela, pulamos o cercado para o lado do casarão da Fazenda.

Me levanto na altura do mato, para que nenhum dos Trolls ache a gente, começo a andar pela trilha:

– Vamos equipe! Sem chamar atenção de ninguém!

Andamos por um tempo e parece que os Trolls não nos seguiram, chegamos na cerca elétrica e havia uma cabine, dentro dela um painel com vários botões:

– Meu Deus, que sorte! Eu vim o caminho todo pensando em como iríamos desativar essa cerca. – disse o psiquiatra.

Um dos empregados já estava dentro da cabine e disse:

– Aqui está dizendo para apertar um botão, eu já apertei!

Todo mundo fica paralisado esperando algo acontecer, penso: “Que idiota! Como aperta o botão sem saber o que ele faz”. E escuto o psiquiatra xingar:

– Se esse botão fizesse algum barulho nós já estaríamos mortos!

A garçonete joga um galho na cerca elétrica:

– Parece que ela está desativada! Não aconteceu nada!

O investigador paranormal começa a subir na cerca, começo a acompanhá-lo e os outros ao ver que estava tudo bem começaram a subir também. Quando todos estavam do outro lado, começamos a andar sorrateiramente em direção ao casarão da fazenda. Chegando pelos fundos vejo que na frente da casa haviam vários capangas trolls guardando a entrada principal:

– Se entrarmos todos juntos nunca vamos saber se eles descobriram que estamos aqui! Quatro de vocês vem comigo e o restante fica de guarda aqui do lado de fora!

Todos concordaram.

– Ei dona do bar! Vem você e seus empregados comigo, quero que você comigo também investigador paranormal! Para os que vão ficar, se acontecer qualquer coisa assobiem, vou saber que fomos descobertos! Se eu assobiar, sigam com o plano.

Escuto todos dizerem:

– Sim Chefe!

Começo a abrir as portas dos fundos bem devagar e a entrar calmamente. A casa estava toda escura, ligo a minha lanterna e percebo que estávamos passando pela cozinha. O investigador paranormal derruba uma frigideira, mas conseguiu pegá-la antes de bater no chão:

– Meu Deus gente! Poderiam fazer um pouquinho menos de barulho?

Quando termino de dizer isso me viro com a lanterna e dou de cara com Kozlov:

– QUEM SÃO VOCÊS? O QUE FAZEM NA MINHA CASA?

Fico parado com a arma apontada para ele:

– Viemos atrás do item que você roubou da igreja! – disse o investigador paranormal.

– Eu roubei? Como podem provar isso? Tenho onze Trolls à minha disposição, vocês nunca sairão daqui com vida!

– Tem certeza?

Vejo que ele está com um rádio na cintura, antes que ele pensasse em usar começo a assobiar. Escutamos barulhos de pedras caindo no chão, os Trolls haviam sido sendo pegos de surpresa pela equipe que ficou do lado de fora.

– Acho que deveria reforçar mais a segurança – disse um dos empregados.

Começos a rir e o encurralamos em um canto da cozinha a pontando armas para ele. O investigador paranormal continua:

– Tenho informações de que você está envolvido sim! E o sumiço do padre Vogel também é culpa sua!

– PADRE VOGEL ERA UM ENXERIDO! – Kozlov grita e tira uma faca escondida do seu bolso. Antes que pudesse reagir, ele corta a garganta da dona do bar, ela cai no chão sem vida.

Dou um tiro na sua perna e ele cai no chão. Me debruço sobre ele apontando a arma na sua cabeça:

– Se quiser viver, responda logo! Onde está o objeto roubado?

– Está no labirinto do meu jardim! Em um cofre!

– Onde está a chave?

– Assim fica fácil demais! – ele começa a gargalhar

Um dos empregados abalados com a morte da chefe, pega a arma e atira na cabeça dele:

– Não gostei da risada dele!


Ilustrador: Brendom Rodarte

Escritora: Nathália Santos

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